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quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Cadê o Rock? (de Brasília)

Último dia do mês de janeiro, um jornal chamado Caderno Brasília e a curiosidade ao ver o título do jornal: Cadê o Rock?


Que o pessoal de Brasília é extremamente orgulhoso da sua cidade e das coisas que fazem, ninguém precisa repetir ou criticar, já que um pouco de orgulho é completamente saudável para qualquer auto-estima. Porém, o que me chamou a atenção nessa manhã de quarta-feira foi a capa do jornal Caderno Brasília estampar o título: Cadê o Rock?


No Caderno Brasília de 28/1 a 3/2/07 estavam estampadas fotografias e nomes das bandas Legião Urbana, Raimundos, Plebe Rude e Capital Inicial, seguidas por “(...) estouraram no país e deram a Brasília o título de Capital do Rock.” Nessa hora, meu amor pelo rock de Goiânia me fez arder de saudade da Goiânia Rock City e do MQN, Valentina, Johnny Suxxx, WC Masculino, Technicollor, Mechanics, Martim Cererê, Brandão, Noise, Fósforo, Segundo e todos os outros símbolos que nos lembram nosso rock e nossa cidade.

Resumindo a matéria de 3 páginas, Marina Medleg, com apoio e palavras do Senhor F, não caminha para uma Brasília rock’n roll ou Brasília sem rock,n roll, mas para um Brasil sem rock. Fala das dificuldades das bandas, dicas de novos artistas como o pessoal do Cachorro Grande, Móveis Coloniais e Bois de Gerião para um início de carreira e a acomodação dos artistas com o advento da internet. “A internet ajudou na preguiça. As bandas têm que ir pra São Paulo. Não adianta confiar só na tecnologia. Assim não vai pra frente. Tem um monte de banda que está aí a 10 anos e só vende para amigos”, culpa Paulo Marchetti, autor de ‘O diário de uma turma 1976-1986: A história do rock de Brasília’”, logo em seguida discordado pelo produtor e músico Gustavo Vasconcellos. “É importante que a gente potencialize e construa um mercado local (...) Hoje, o eixo Rio/SP não possui tanta representatividade para se construir uma carreira como foi na década de 80”.

Sem que a matéria te induza a concordar com um dos lados, ela termina com um quadro que me chamou muita atenção e, como havia dito do pessoal de Brasília no primeiro parágrafo desse texto, me senti muito orgulhoso da minha cidade. O quadro está logo abaixo, clique na imagem para aumentar o tamanho, e nele tem as palavras do Daniel do grupo Canabra com relação ao abandono do rock: “Eu acho que qualquer lugar é melhor para tocar do que aqui (Brasília). A recepção das bandas de Brasília em Goiânia é muito boa (Monstro, Fósforo, TBONTB, etc). Aqui o espaço está ruim e as pessoas não gostam de pagar para ir aos eventos. É difícil produzir um show com ingressos a mais de R$ 10,00. (...)”. Em Goiânia também é difícil, mas a gente ainda tenta com amor no que faz.

Pensando nessa revolta do “abandono do rock”, “falta de grandes gravadores”, “empenho/preguiça de mostrar o trabalho” e outros problemas mais, impostos ao mundo rock, lembrei-me da última edição do Caderno Brasília, anterior a essa do “Cadê o Rock?”, que estampava a foto de nossa grande artista Elza Soares dizendo “Nosso Brasil não é samba, como todos dizem. Não vejo mais samba na TV, só vejo funk, rock e bunda. Na verdade o Brasil é rock e estou sem espaço.”

Todos reclamam, todos acreditam que não recebem a atenção que merecem. Quem está certo? Quem está meio-certo? Quem está errado? Quem está completamente-errado? Para finalizar esse texto, prefiro citar as palavras de Philippe Seabra, líder do Plebe Rude: "(...) estão mais preocupados em fazer sucesso do que produzir arte. A idéia é: ‘Vou ser queridinho da MTV’”.

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